terça-feira, 16 de junho de 2009

Cenas curtas e a arte curitibana



Formada pela Faculdade de Artes do Paraná e com passagem pelas companhias Damasceno e Senhas de Teatro, a atriz Karina Pereira se prepara, mais uma vez, para pegar a estrada. De Curitiba ruma para a Belo Horizonte como uma das participantes da 10ª edição do Festival de Cenas Curtas. Será a terceira vez que ela desembarca no evento do Galpão Cine Horto.

Na estreia, em 2005, mostrou Vácuo, em 2006, Milho aos Pombos, eleita como uma das melhores pelo júri popular daquele ano. O que traz Karina novamente a Belo Horizonte é Dia de Prova, cena da Companhia Ator Cômico, com direção de Mauro Zanatta. A pequena montagem explora máscaras neutras e improvisação corporal.

Em entrevista para o Blog Cenas Curtas, Karina conta sobre a sua formação, o trabalho que vem desenvolvendo com o grupo Ator Cômico, em especial as técnicas que serão apresentadas.

Por Breno Procópio

Fala um pouco pra gente da sua formação como atriz?

Eu trabalho com teatro amador desde os 12 anos de idade. Em 2003, me formei pela Faculdade de Artes do Paraná. Ainda na graduação conheci a Cia Senhas de Teatro e fiquei lá um tempo. O grupo trabalha muito com o texto, com os elementos da dramaturgia. Há quatro anos eu conheci o Mauro Zanatta e me identifiquei com o trabalho que ele desenvolve na Companhia Ator Cômico. Essa técnica da máscara expressiva e da máscara neutra, da improvisação e do clown, descobri com o Mauro. Acho que a máscara serve de preparação para o trabalho do ator. É preparação para o corpo. Com a máscara o ator tem que abrir mão da expressão facial e da voz, tem que explorar todas as possibilidades da expressão corporal. Você precisa colocar o corpo em prontidão. O corpo todo tem que estar presente.

E como foi a sua primeira participação no Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto?

Foi em 2005. Eu estava ainda na Cia Senhas de Teatro. Nós apresentamos Vácuo em que eu fazia uma adolescente de 13 anos que tinha tara pelo namorado da própria mãe. A cena tinha uma coisa de Nelson Rodrigues. No final ela subia no apartamento do cara e se jogava do décimo andar. Foi bacana essa primeira apresentação no Galpão. Estreamos Vácuo no festival, em Belo Horizonte, depois fizemos em Curitiba e outros lugares. Em relação ao público posso dizer que foi impactante (risos). O pessoal ficou “nossa o que eles fizeram”. Talvez pela cena não ser linear tenha sido difícil para as pessoas. Mas foi muito boa a primeira vez. Além disso, o pessoal do Galpão nos recebeu muito bem. Eles mostraram o teatro, nos deram até um livro que contava a história do grupo.

E a segunda participação no Cenas Curtas como foi?

Em 2006, eu apresentei Milho aos Pombos, já pela Companhia do Ator Cômico. A cena faz parte do espetáculo Contas Diárias, que a gente montou e apresentou em Curitiba. Foi muito especial. A gente não imaginava como o pessoal ia receber. Quando nós entramos, duas velhinhas caminhando de mãos dadas o público gritou: “Ahhhh!! Que lindo”. Depois quando as velhinhas matam o pombo para comer o pessoal ficou assustado. Mas mesmo assim, adoraram. Quando nós fomos escolhidos como a cena mais votada, ficamos maravilhadas. Milho aos Pombos foi apresentada também em Ipatinga.

E como você vê o Festival de Cenas Curtas do Galpão hoje?

O Festival de Cenas Curtas é um pontapé para as cenas se transformarem em espetáculo. Pra gente é importante mostrar o que estamos fazendo em Curitiba. Quando fizemos Milho aos pombos no Cenas Curtas, fomos convidados depois para o Mercadão do Rio de Janeiro, onde a cena foi ficou com o segundo lugar e eu ganhei o prêmio de melhor atriz do festival. Depois fomos para Sorocaba e outros lugares. Acredito também que o festival favoreça a troca de experiências. O Galpão é bacana nisso.

E qual é a expectativa ao participar pela terceira vez do Festival do Galpão?

Espero que as pessoas gostem da cena. Quem sabe a gente possa ficar em Belo Horizonte e apresentar mais um fim de semana. Dia da Prova faz uso das máscaras expressivas, espero que o público goste e tenha uma outra experiência com essa técnica.


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