sábado, 20 de junho de 2009

Caixinha de lembranças: Gepeto visita a posmodernidade


Por Mónica Herrera

Caixinha de lembranças contou com uma maravilhosa cenografia para apenas curtas boas aparições de bonecos. O teatro de bonecos faz efeito de defeito, nos costumamos esquecer o pessoal que vestido de preto, sabemos e mal percebemos nas trevas da apresentação. O que não foi o caso. Os problemas de iluminação foram recorrentes: as luzes pareciam cair sobre os rostos nus propositalmente, estragando a pareceria entre artista e publico necessária para que os bonecos sejam o centro da atenção.

O único personagem humano, aparente mistura de Zaratustra e Gepeto, não conseguiu dar conta do recado da trama, aliás, muito dramática, entre crítica, existencialista, niilista e contestatória. Por momentos, cínico, cansado, velho, revoltado, faltou-lhe força expressiva para a variedade de mudanças que a personagem propunha. Destacável, o que nunca deveria faltar numa cena curta: um final inesperado e eficaz. Nele concentrou-se um todo bem sucedido.

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